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4 fatores que aumentam os riscos de problemas cognitivos precoces em comunidades carentes

Marco Aurélio Gomes Veado

3 min read

November 26, 2024

A relação entre desigualdade socioeconômica e saúde cerebral tem implicações preocupantes nas comunidades carentes. A baixa renda reflete na qualidade de vida como um todo, com reflexo nas funções cognitivas em grande parte das pessoas porque o cérebro envelhece precocemente. Leia mais e conheça quatro fatores que contribuem para essa perda que pode ser irreversível.

Image generated by AI (Freepik)

1. Insegurança e Estresse Crônico

A população residente em comunidades onde a desigualdade socioeconômica está presente, convive com uma sensação de insegurança permanente por vários motivos.

A dificuldade econômica constante aliada à insegurança no emprego e outros motivos, aumenta o nível de estresse que pode se tornar crônico com reflexos na saúde cerebral.

Essa condição baixa a imunidade cerebral e aumenta as chances de ter doenças cognitivas.

2. Acesso Limitado à Saúde e Detecção Precoce

A desigualdade socioeconômica do indivíduo pode, igualmente, reduzir sua frequência nas idas a postos de saúde que nem sempre têm atendimento adequado por falta de estrutura.

A compra de remédios mais caros e que nem sempre são distribuídos gratuitamente pelo Governo pode também piorar seu quadro clínico, caso já seja portador de doenças cognitivas ou aumentando o risco de adquirir a doença precocemente por causa do mencionado estresse constante.

Ou seja, esse panorama triste e, às vezes, sem solução, vai minando a condição mental da pessoa, piorando o que já está instalado e o que está por vir.

Outro problema sério é a inexistência de tratamento psicológico ou psiquiátrico, bem como a falta de locais de aconselhamento ou de terapia para todas as faixas etárias. E a bola de neve vai aumentando.

3. Educação e Reserva Cognitiva

A educação de baixa qualidade existente em locais onde a desigualdade socioeconômica colabora para piorar a saúde cerebral das pessoas, porque vai minando a reserva cognitiva, o que acontece desde cedo.

Ainda na infância, a criança se sente limitada por causa do ensino deficiente que recebe, piorando seu estado mental com reflexos futuros.

Desse modo, o aprendizado ruim recebido ao longo da vida promovem um fraco engajamento intelectual, afetando e reduzindo o potencial cognitivo.

Essa condição se torna crônica e, evidentemente, facilita o avanço da demência precoce.

4. Nutrição e Fatores Ambientais Não Saudáveis

A falta de recursos financeiros da população de comunidades onde a desigualde socioeconômica é alta, geralmente, têm acesso limitado a alimentos pouco nutritivos.

Com raras exceções, essas pessoas vivem em locais de baixa higiene, por causa do saneamento básico ruim. A constante exposição à poluição e a toxinas também está associada ao declínio cognitivo e ao envelhecimento mais rápido dessas populações de baixa renda.

Em suma, dieta inadequada, melhor higiene local e espaços para exercícios físicos, certamente, serão cruciais para reduzir a inflamação, promover a neuroplasticidade e, portanto, retardar ou evitar qualquer doença cognitiva, além de outros benefícios físicos e mentais.

Conclusão

A partir do momento que as autoridades se conscientizarem da realidade que afeta as comunidades mais pobres e entenderem a relação entre desigualdade socioeconômica e o envelhecimento cerebral precoce, poderão ter mais reponsabilidade e compromisso para criar políticas públicas eficientes que promovam um envelhecimento mais saudável e equitativo desses locais.

A criação de institutos, privados ou públicos, é fundamental para estabelecer esse apoio à população carente que, por ter poucos recursos financeiros suficientes, ficam impedidos de ter acesso a serviços de saúde de qualidade.

Essa lacuna os deixa mais propensos ao agravamento de seus problemas cognitivos instalados ou em potencial.

Em síntese, tais disparidades exigem uma abordagem multilateral, qual seja, melhorar o acesso à saúde, fomentar oportunidades educacionais e criar ambientes seguros e saudáveis.

Enfrentar e eliminar as raízes da desigualdade ajuda a garantir um futuro cognitivo mais saudável para todos, reduzindo o risco de demência relacionado ao envelhecimento precoce.

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