Marco Aurélio Gomes Veado
4 min read
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February 10, 2025
A demência afeta milhões de pessoas no mundo e a tendência é piorar, dado a redução da taxa de mortalidade por vários motivos. Ou seja, a população mais idosa é maior do que em outros tempos.
Por isso, é oportuno começarmos a questionar se a consciência na demência é simplesmente desligada para sempre ou se encontra numa espécie de suspensão temporária até que a cura seja encontrada?
Se ainda não existe uma abordagem empírica na ciência ou na filosofia sobre a origem ou estrutura da consciência nos seres vivos, imagine durante a deficiência cognitiva
Nos estágios iniciais da demência, como a deficiência cognitiva leve (do inglês, MCI ou “Mild Cognitive Impairment”), os pacientes começam a perder a percepção de si mesmos, o que pode resultar em lapsos de memória e confusão.
Assim, à medida que a doença progride, a morte neuronal e a atrofia cerebral, especialmente no Alzheimer, prejudicam áreas essenciais do cérebro responsáveis pela consciência e tomada de decisões.
Portanto, nos estágios avançados, o paciente pode se tornar não responsivo, embora os ciclos de sono e vigília (estado de alerta) possam ser mantidos. Nesse contexto, por sinal, a pineal pode estar ativa (leia mais em “Conheça as Conexões da Pineal com a Demência”).
Ainda que o sono seja um estado temporário de suspensão da consciência, a demência causa danos estruturais irreversíveis no cérebro.
Mesmo num estágio avançado da demência, alguns pacientes podem apresentar breves momentos de clareza, mas esses episódios tendem a diminuir com o tempo.
Desse modo, essa “flutuação da consciência” sugere que a consciência não "dorme", mas se torna fragmentada e instável.
E ainda existe o fato que a consciência na demência de alguns pacientes recua à fase pré-adulta de suas vidas. Porém, a deterioração da consciência é irreversível e gradual, ocorrendo em cem por cento dos casos.
Por outro lado, estímulos como música, toque e interações emocionais ainda podem provocar respostas.
Ou seja, de “adormecida” a consciência na demência pode se apagar para sempre ainda em vida. Em outras palavras, a destruição progressiva do córtex cerebral e do hipocampo — áreas fundamentais para memória e cognição — compromete a percepção do indivíduo.
Filósofos antigos e modernos, bem como alguns neurocientistas menos ortodoxos, especulam que, em vez de ser completamente desligada, a consciência na demência pode simplesmente mudar de estado.
A incógnita persiste porque a experiência interna ou consciência na demência é desconhecida, tornando a comunicação um grande desafio.
Uma coisa é certa (até o momento): a consciência na demência não desaparece totalmente de forma abrupta, mas se deteriora progressivamente.
Mesmo nos estágios mais avançados, a consciência na demência não parece estar inteiramente ausente, mas apenas alterada, num tipo de “hibernação” ainda não devidamente explicado pelos neurocientistas.
Quem sabe um dia encontraremos uma maneira de reacender esse brilho novamente.
Veja o vídeo no Canal MCI and Beyond-Brasil sobre este intrigante assunto.
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