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Os Psicodélicos Podem Ajudar a Prevenir ou Retardar a Demência? O Que as Pesquisas Estão (e Não Estão) Dizendo!

Marco Aurélio Gomes Veado

3 min read

June 16, 2025

Nos últimos anos, os psicodélicos ressurgiram como ferramentas promissoras na neurociência, na saúde mental e, agora, no envelhecimento cognitivo. Com milhões de pessoas enfrentando o Alzheimer e outras formas de demência, pesquisadores e defensores se perguntam: os psicodélicos podem ajudar a prevenir ou retardar o declínio cognitivo? A resposta é cheia de esperança, mas todo cuidado é pouco, porque ainda estamos longe de algo conclusivo. Continue lendo.

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O Crescente Interesse pelos Psicodélicos e a Saúde do Cérebro

Substâncias como a psilocibina (dos "cogumelos mágicos"), LSD e DMT estão sendo estudadas por seu potencial de reestruturar conexões neurais, reduzir a inflamação e melhorar o humor, todos fatores relevantes para a longevidade cognitiva.

A atenção especial é dada à psilocibina e à ayahuasca por causa de sua capacidade de aumentar a neuroplasticidade, a habilidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões.

Isso é crucial porque o MCI (ou "comprometimento cognitivo leve"), muitas vezes precursor da demência, é marcado pela perda progressiva dessas conexões.

Se os psicodélicos puderem restaurá-las com segurança, podem representar uma intervenção revolucionária.

O Que Dizem as Pesquisas

Alguns estudos iniciais e ensaios clínicos sugerem que os psicodélicos podem oferecer benefícios neuroprotetores.


Veja o que o MCI and Beyond sabe até agora:

  • Psilocibina para Depressão e Ansiedade: Em pessoas com depressão, fator de risco para a demência, a terapia assistida por psilocibina mostrou efeitos profundos no humor, na resiliência emocional e no bem-estar existencial. Uma mente mais saudável pode significar um envelhecimento cerebral mais saudável.
  • Neuroplasticidade: Estudos com animais e imagens cerebrais em humanos revelam que os psicodélicos promovem o crescimento de espinhos dendríticos, pequenas projeções nos neurônios que ajudam na transmissão de sinais. Isso é vital para o aprendizado e a memória.
  • Efeitos Anti-inflamatórios: Algumas pesquisas indicam que psicodélicos podem reduzir a neuroinflamação, um fator que contribui para doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Sobre esse assunto, leia mais aqui: "Repensando as Causas da Doença de Alzheimer: Esperança de Cura?".
  • Redefinição da Rede do Modo Padrão (DMN): Psicodélicos podem “reiniciar” a atividade da rede do modo padrão do cérebro, que pode gerar o estado de depressão e, possivelmente, na demência inicial. Um DMN mais equilibrado pode favorecer a função cognitiva.

O Que as Pesquisas Ainda Não Estão Dizendo

Apesar do entusiasmo, é importante reconhecer o que ainda nada foi comprovado empiricamente falando:

  • Sem Evidência Conclusiva para Prevenção da Demência: Até o momento, não há estudos de longo prazo e em larga escala que confirmem que psicodélicos previnem ou retardam o Alzheimer ou outras demências.
  • Ensaios Limitados em Idosos: A maioria dos participantes desses estudos é de adultos jovens ou de meia-idade. Precisamos de mais dados sobre os efeitos em cérebros idosos, especialmente aqueles com MCI.
  • Segurança e Acesso: Psicodélicos ainda são classificados como drogas de Classe I em muitos países, dificultando acesso e financiamento para pesquisa. Além disso, as experiências podem ser intensas ou pesadas, representando riscos a pessoas com certas condições psiquiátricas ou neurológicas.
  • A Integração É Fundamental: Psicodélicos não são curas isoladas. Os melhores resultados vêm da terapia assistida por psicodélicos, que combina o uso da substância com suporte psicológico guiado, um modelo ainda inacessível para muitos.

Conclusão

No MCI and Beyond, nossa pesquisa se apoia em abordagens baseadas em evidências para informar sobre os males da saúde cognitiva, tentando encontrar terapias que podem dar o resultado esperado, como no caso dos psicodélicos.

Os psicodélicos ainda não pode ser considerados como cura milagrosa, mas podem fazer parte de uma abordagem holística e inovadora para prevenir e cuidar da demência, especialmente quando combinados com exercícios físicos, meditação, engajamento social e uma alimentação saudável para o cérebro.

A pesquisa com os psicodélicos é empolgante, porém ainda estamos nos primeiros passos.

Até que estudos robustos e revisados pelos neurocientistas e pesquisadores sérios e comprometidos confirmem a segurança e eficácia a longo prazo em populações idosas, os psicodélicos continuam sendo um caminho promissor, na fase experimental.

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